É muito
interessante ver como a grande mídia nacional desconhece profundamente a
política baiana e da região nordeste.
O candidato
carlista ACM Neto que está ganhando terreno no eleitorado bolsonarista mesmo
negando sua aliança com o desgoverno liberal de extrema-direita Jair Bolsonaro.
Na última
pesquisa AtlasIntel aponta que o candidato petista Jerônimo Rodrigues cresce
por conta da propaganda eleitoral e por conta da alta popularidade dos seus
fiéis aliados Lula e Rui Costa se os vídeos das diversas atividades de campanha
do petista forem observados atentamente é possível perceber que não apenas
Jerônimo é recebido com muito carinho pela população, mas também o governador
Rui Costa, que possui uma alta aprovação no interior do estado.
O governador
correria que se jogou na campanha de corpo, alma, coração e mente já deixou
claro nos quatro cantos do estado que seu grande presente neste fim de mandato
é a vitória do seu ex-secretário de educação do estado.
Os problemas
na campanha carlista vão muito além da questão racial, como a grande mídia
costuma apontar de maneira equivocada.
AS PEDRAS NO CAMINHO DO CARLISMO
Em uma eleição
histórica onde o primeiro colocado nas pesquisas é o presidente mais popular da
história do Brasil e o segundo colocado é um dos presidentes mais impopulares
da história, ficar em cima do muro fazendo um jogo sujo de separar à terra onde
o Brasil foi descoberto de todo o resto do país dizendo de forma extremamente
nebulosa que seja quem for o presidente ele vai criar as condições para governar
é um ponto negativo sendo que o estado que ACM Neto sonha em governar é o
quarto maior colégio eleitoral do Brasil e Salvador é uma das capitais mais
importantes do país.
A escolha da
vice na chapa, a milionária Ana Coelho, gerou profundas rachaduras que ainda
tem um custo alto para campanha, um bom exemplo disso é o desempenho do
candidato carlista em Feira de Santana, uma das cidades mais importantes do
estado, o ex-prefeito José Ronaldo, que sonhava em ser vice na chapa carlista e
acabou tendo que se contentar com a coordenação da campanha e segundo
informações da princesa do sertão não está mobilizando seus aliados para a
campanha de ACM Neto.
A escolha de
uma mulher milionária que não conhece o estado e não tem experiencia política
apenas reforçou o discurso da base petista de que a candidatura carlista
representa apenas os interesses da elite da boa terra.
A escolha
por Cacá Leão também é alvo de críticas nos bastidores da campanha carlista,
colegas de partido do leãozinho progressista já são vistos fazendo campanha
para o petista Lula sem citar ACM e Leão.
A propaganda
eleitoral carlista é um outro problema, dizer que se fez na capital do estado
quando era prefeito não significa nada para o eleitor interiorano que vive uma
realidade completamente diferente do eleitor da capital, pois o interior baiano
é muito diversificado.
Jerônimo é
um homem com gigantesca experiência administrativa, novato em disputas
eleitorais com raízes no interior do estado e nos seus discursos nos quatro
cantos do estado isso fica cristalino, é uma figura carismática que por muitas
vezes parece ser um velho conhecido de nossa gente e representa um governo com
aprovação popular de cerca de 80% além de ser do mesmo partido do ex-presidente
mais popular da história do Brasil.
A questão racial
surgiu nesta disputa eleitoral, com força gigantesca de nossa sociedade que
acontece graças a política de cotas raciais que o partido de ACM foi contra.
O sentimento
de pertencimento é uma marca muito forte na rica cultura baiana, é natural que
a autodeclaração de ACM como pardo foi muito além da Bahia de todos os santos e
virou pauta nacional.
O grande
problema não é ACM se declarar pardo ou branco e sim o fato de um oligarca que
quando disputou a prefeitura da capital se autodeclarava branco e em 2022 se
declara pardo no primeiro ano onde o tribunal eleitoral determina uma
destinação maior de verba públicas para candidaturas negras.
A Bahia foi
transformada, politicamente vive um ambiente de modernização e não aceita coronelismo.
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