A comissão parlamentar de inquérito está abalando as
estruturas do desgoverno bolsonarista mesmo com a tentativa do presidente de
extrema-direita Jair Bolsonaro com aglomerações de motociclistas e a copa a
América em meio a pandeimia de covid-19 que no Brasil registra quase meio
minhão de mortos.
Além dos depoimentos a CPI está recebendo documentos que
deixando cristalino que o ex-ministro da saúde foi comunicado da possibilidade
de falta de oxigênio na capital do Amazonas um mês antes da crise ocorrer.
Um documento enviado
à CPI da Covid indica que a partir de 18 de dezembro de 2020 o Amazonas pediu
140 respiradores ao Ministério da Saúde. Em janeiro de 2021, no dia 2, foram
solicitados mais 78 respiradores, totalizando uma demanda de 218 em um espaço
de 16 dias.
Ou seja, o Ministério da Saúde soube do colapso da saúde no
Amazonas com quase um mês de antecedência. Os problemas na prestação de serviço
da rede hospitalar do estado aconteceram em janeiro deste ano, quando faltaram
tubos de oxigênio. O arquivo não informou se houve respostas aos pedidos no
espaço dedicado a apontar esse retorno, segundo o portal Uol.
De acordo com membros da Comissão Parlamentar de Inquérito,
há evidências de que o governo Jair Bolsonaro ignorou sucessivos alertas e
demorou a entrar em ação para ajudar no enfrentamento à situação caótica.
Membros da CPI entenderam que as circunstâncias da rede
hospitalar em dezembro já faziam de Manaus (AM) uma “bomba-relógio”.
Em depoimento à comissão, Pazuello afirmou ter tomado
conhecimento do desabastecimento de oxigênio hospitalar somente em 10 de
janeiro.
A secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério
da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como “capitã cloroquina”, disse à comissão
que o general teria sido informado sobre o problema dois dias antes, em 8 de
janeiro.
Na tentativa de fugir da responsabilidade, o ex-ministro
afirmou à CPI, no dia 19 de maio, que faltou oxigênio na capital amazonense por
três dias apenas. Parlamentares ficaram revoltados com a declaração. Um deles
foi o senador Eduardo Braga (MDB-AM). “Ministro Pazuello, pelo amor de Deus!
Faltou oxigênio na cidade de Manaus mais de 20 dias. É só ver o número de
mortos”, disse o emedebista na ocasião.
O ex-ministro e a secretária Mayra são duas das quatro
pessoas que passarão da condição de testemunhas para investigadas – as outras
duas são o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo e o ex-secretário
de Comunicação do governo Fabio Wajngarten
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