UM GRANDE AMIGO TUCANO, LEGALISTA E DEMOCRATA.
Quero, de público, deixar registrado que colhi algo proveitoso dessa eleição presidencial.
De um lado, ficou evidente que uma parcela da sociedade apoia o fascismo e tudo que lhe é subjacente: violência, racismo, cinismo, ódio ao pobre, desejo de retorno aos privilégios de outrora mundo tipicamente forjado no escravagismo.
De outro lado, ficou claro que uma parcela deseja a proteção da democracia, ignorando o partido, pois almeja a consolidação e, quiçá, a ampliação das políticas sociais.
Perdi amizades, cortei laços com familiares. No entanto, fiz outras amizades tão valiosas, pois pautadas em princípios e não em mesa de bar, embora uma boa bebida e um bom papo façam parte.
Deixo uma mensagem de partida, pois não desenvolvi (por escolha consciente) a capacidade de dividir o mesmo espaço com quem defende política higienista, com quem defende a retração de políticas sociais, com quem defende a diminuição da carga tributária de sua renda e patrimônio mesmo dispondo de capacidade contributiva.
Não tenho a aptidão de sentar e sorrir para alguém de espelha nos olhos o desejo de retorno a um mundo em que ele possa subjugar o outro, chicotear o outro, matar o outro.
Por fim, não tenho a tolerância de ouvir o cinismo daqueles que, sob as vestes do antipetismo afirma um discurso de ódio e de indiferença social e racial.
Qualquer que seja o resultado das eleições, estaremos em lados opostos; em diferentes trincheiras. Caso o fascismo seja triunfante, estarei na resistência, lutando ao lado dos vulneráveis e me tornando alvo.
E você, antigo amigo e familiar, vai carregar nas mãos o sangue de muitos que serão e já são vitimados. Enquanto eu, se não estiver oferecendo meu sangue, estarei oferecendo a minha voz, advogando em prol de uma causa nobre.
Domingo, 28 de outubro de 2018.
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